Versão revisitada e expandida do curso
David Cronenberg: Seu Cinema e Suas Obsessões (2012)
A obra cinematográfica do canadense David Cronenberg vem gerando controvérsia e fascínio, desde suas primeiras produções, pela maneira obsessiva e visceral como aborda e apresenta o corpo humano.
Em seus filmes, o corpo está em constante transformação, sendo um devir corpo: híbrido, protético, mutante, eviscerado, abjeto, grotesco, queer – representações que evidenciam as possibilidades contemporâneas do corpo em relação aos adventos da ciência e da tecnologia, ao seu potencial de transformação e à interação com outros corpos por meio da violência ou do sexo.
Essa investigação cinematográfica das possibilidades de transformação do corpo tem sido a marca mais emblemática de sua identidade autoral, sendo frequentemente apontada como viga mestra de sua obra.
OBJETIVOS
O curso O Cinema Visceral de David Cronenberg, ministrado por Rosângela Fachel de Medeiros, propõe
uma retrospectiva carnal da obra do cineasta, ícone do body horror que ao transcender os limites do cinema de gênero desvelou
as origens filosóficas do horror corporal. Para a análise e discussão de suas
obras serão retomados conceitos como: grotesco (Mikhail Bakhtin); abjeto (Julia
Kristeva); e queer (Theresa De Lauretis); que ajudam a compreender o processo
de configuração do devir-corpo cronenberguiano, pensando a partir da ideia de
devir (Gilles Deleuze & Feliz Guattari).
Conteúdos
Aula 1
I – O nascimento de um cineasta
Cronenberg
descobre o cinema como possibilidade artística e realiza suas primeiras
produções: Stereo (1969) e Crimes of the Future (1970).
II – A reconfiguração do gênero de horror
Ao buscar
ingressar em uma “indústria cinematográfica”, Cronenberg realiza seus primeiros
longas-metragens pela Cinepix, e inauguração um novo gênero de horror centrado
no corpo humano: Calafrios (Shivers/ The Parasite Murders /Frissons /They Came from Within, 1975) e Enraivecida na Fúria do Sexo (Rabid, 1976).
III – Produzindo com mais dinheiro
Período em que
Cronenberg produz com mais dinheiro, advindo das políticas públicas de incentivo
fiscal (tax-shelter): Fast
Company (1979); Filhos do Medo (The
Brood, 1979); Scanners: Sua Mente Pode Destruir (Scanners, 1980), primeiro sucesso internacional do cineasta, e Videodrome:
Síndrome do Vídeo (Videodrome, 1982).
IV – Flertando com Hollywood
Após o sucesso
internacional surgem convites para filmar em Hollywood e Cronenberg realiza
seus primeiros filmes com produtoras estadunidenses: A Hora da Zona Morta
(The Dead Zone, 1983) e A Mosca
(The Fly, 1986), até então, seu maior
sucesso comercial.
Aula 2
I – Abandonando os filmes de gênero?
Afastando-se um
pouco dos filmes de gênero de horror/ficção científica, Cronenberg se aventura
por um “cinema de arte” que dá origem aos cults: Gêmeos: Mórbida
Semelhança (Dead Ringers, 1988); Mistérios e Paixões (Naked Lunch, 1991); M. Butterfly (1993);
Crash: Estranhos Prazeres (Crash, 1996) e eXistenZ (1999),
obtendo sucesso como artista, mas fracasso comercial.
III – Sublimando as obsessões
Deixando de lado
as manifestações explícitas de sua obsessões, Cronenberg realiza obras que
parecem distanciarem-se de sua matriz autoral: Câmera (Camera, 2000); Spider: Desafie sua
Mente (Spider, 2002); Marcas
da Violência (A History of Violence,
2005); Senhores do Crime (Eastern Promises, 2007); No Suicídio do
Último Judeu do Mundo no Último Cinema do Mundo (At the Suicide of the Last Jew in the World in the Last Cinema in the
World, 2007); Um Método Perigoso (A Dangerous Method,
2010), Cosmópolis (2012); Mapas
para as Estrelas (Maps to the Stars,
2014).
III – O retorno à
literatura
Voltando
à literatura, sua primeira paixão, Cronenberg lança seu primeiro romance, Consumidos (Comsumed, 2014), ressignificando assim suas influências literárias.
O encerramento de um ciclo, no qual o fim retoma o princípio.
Ministrante: Drª Rosângela Fachel de Medeiros
Doutora em Literatura Comparada pela UFRGS/Capes. Professora visitante do Mestrado em Artes Visuais, da UFPel. No mestrado analisou as configurações intertextuais na representação do desastre automobilístico no filme Crash: Estranhos Prazeres (1996), de David Cronenberg. Dedicou seu doutorado à análise da obra completa do cineasta em relação a sua identidade cultural canadense (UFRGS/Capes). Dentre suas publicações mais relevantes referentes à obra do cineasta destacam-se: "O devir-corpo dos personagens de David Cronenberg" (Revista FAMECOS), "David Cronenberg, autor de Almoço Nu. A tradução intersemiótica como transcriação (Revista Cadernos de Tradução) e "David Cronenbeg e a Escola de Toronto" (Tecnologia & Cultura). Já ministrou para a Cine UM os cursos "Novo Cinema Argentino" e "Cinema Queer: Identidade & Diversidade".
Curso
O CINEMA VISCERAL DE
DAVID CRONENBERG
de Rosângela Fachel de Medeiros
DAVID CRONENBERG
de Rosângela Fachel de Medeiros
Datas
23 e 24 de Março (sábado e domingo)
Horário
14h às 17h
Duração
2 encontros presenciais (6 horas / aula)
Local
Cinemateca Capitólio Petrobras
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)
Investimento
- Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
***
Promoção:R$ 80,00
(Valor promocional esgotado)
Promoção:
(Valor promocional esgotado)
Certificado de participação e Apostila
Informações
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714
Realização
Cine UM Produtora Cultural - 10 Anos
Patrocínio
Total Poker Club
Apoio
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Bode na Sala
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