PEQUENOS FILMES GRANDES DIRETORES
Os primeiros curtas
de consagrados realizadores.
#8
– DAVID LYNCH
Filme: “THE ALPHABET”
(4 min, 1968)
Sinopse
Mulher tem pesadelo e recita o alfabeto enquanto dorme, misturando representações sombrias e bizarras de cada uma das letras. No fim do pesadelo ela jorra sangue por todos os lençóis brancos.
Notas
Segundo curta-metragem realizado por David Lynch. O primeiro foi “Six Figures Getting Sick (Six Times)”, realizado em 1966.
“The Alphabet” se originou a partir de um relato de sua esposa, Peggy Lynch (protagonista da produção), que contou sobre um sonho que sua sobrinha teve durante o qual ela recitava o alfabeto enquanto dormia, e depois de acordar continuou repetindo ininterruptamente as letras de A a Z.
O filme mistura sequências de animação e ações encenadas ao vivo.
David Lynch pintou o
rosto de Peggy de branco para dar a ela um contraste irreal com o cenário de
paredes pretas, e a fez pular pelo quarto em diferentes posições enquanto
filmava. Esta filmagem foi editada juntamente com uma sequência animada, onde
as letras do alfabeto aparecem lentamente e uma letra maiúscula A dá à luz a vários
caracteres menores que formam uma figura humana. A trilha sonora começa com o
canto das letras "ABC", seguido por um homem cantando.
O assustador rosto branco de Peggy traz uma grande semelhança
com a fisionomia transformada da personagem de Regan MacNeil (Linda Blair) em
“O Exorcista” (1973).
Lynch registrou com um gravador sua filha recém-nascida Jennifer chorando. Depois mixou o som em um laboratório, com auxílio de Herb Cardwell, que mais tarde faria a direção de fotografia de “Eraserhead” (1977).
Misturados estão outros efeitos sonoros, incluindo vento, choro e sirene. Uma voz adulta nos lembra que estamos lidando com uma forma humana, seguida por uma garota cantando a canção do alfabeto.
Lynch mostra muitas fotos, pinturas, letras e palavras, fascínios que serão uma contante em vários de seus trabalhos futuros.
“The Alphabet” é um curta-metragem perturbador que usa imagens sombrias e assustadoras para criar uma imersiva atmosfera onírica. O curta é um filme experimental que penetra e estimula nossos sentidos através de signos e significados.
Graças a este trabalho David Lynch recebeu uma bolsa de
produção do American Film Institute.
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