terça-feira, 25 de março de 2025

Cinema de Fluxo



Em 2002 um crítico da Cahiers du Cinéma, Stephane Bouquet, escreve um texto de título “Plano contra fluxo”. Sua tentativa era a de diferenciar cineastas que se guiam por uma composição pré-concebida do plano e outros, que deixavam-se guiar pelos acontecimentos do real em frente à câmera. Pouco tempo depois, outro Cahiers, Jean-Marc Lallanne, corroborava com a discussão, anunciando que o “horizonte estético do cinema contemporâneo tomaria a forma de um fluxo, um fluxo esticado, contínuo, um escorrer de imagens”. Novamente, a noção de “fluxo” é posta como uma contraposição do cinema contemporâneo aos instrumentos narrativos clássicos e a uma noção de encenação baseada na razão e no discurso.


Os anos passam e a ideia de Cinema de Fluxo ganha corpo na crítica cinematográfica e nos estudos acadêmicos de cinema. Contudo, a própria noção de Fluxo é sempre muito ambígua e varia conforme quem escreve e quais aspectos são levantados dos filmes. E o que há de comum em todos esses textos são justamente eles, os filmes e os cineastas. Então, o que é esse fluxo que percorre obras de países tão distintos e cineastas de origens tão diferentes como Abbas Kiarostami, Apichatpong Weerasethakul, Claire Denis, Lucrécia Martel e Wong Kar-Wai?


A hipótese do curso é a de que essa estética privilegia a passagem do tempo à sequência do relato, de modo que a narrativa é interrompida por intervalos de contemplação, seja a vista de uma montanha (Gerry, de Gus Van Sant), a chegada de um trem (Café Lumière, de Hou Hsiao-Hsien) ou um corpo que dança (Shara, de Naomi Kawase). São filmes que tendem à desdramatização da atuação e ao retrato de acontecimentos banais e cotidianos. Assim, estudar o Fluxo é percorrer as imagens e sons do cinema, e não as histórias que estão sendo contadas.


Objetivos

O curso CINEMA DE FLUXO: A ESTÉTICA DESACELERADA DO CONTEMPORÂNEO, ministrado por Lennon Macedo, oferece um panorama da Estética de Fluxo no cinema contemporâneo, mapeando os principais filmes e cineastas, rastreando seus antecedentes na história do cinema e delimitando seus principais conceitos. A partir dessa visão de conjunto será possível analisar obras a fim de perceber o funcionamento desta estética e os modos como a imagem pode produzir intervalos na narrativa cinematográfica. As aulas serão expositivas e dialogadas, trazendo cenas de filmes e citações de textos recomendados.


Conteúdos

Aula 1

- Cinema de Afetos, Slow Cinema e os muitos nomes do Cinema de Fluxo;

- O que é o Fluxo? A crítica de cinema e a construção de conceitos;

- Uma arqueologia do Fluxo: de Lumière aos cinemas novos;

- A raiz comum: Yasujiro Ozu;

- Os precursores: Abbas Kiarostami (A vida e nada mais) e Hou Hsiao-Hsien (Um novo realismo para uma nova realidade);

- A banalidade do cotidiano e a imagem como intervalo na narrativa.


Aula 2

- Cinemas do corpo, Cinemas da paisagem, Cinemas do tempo;

- Claire Denis e o corpo que dança; Naomi Kawase e a câmera-corpo; Tsai Ming-Liang e os limites do corpo;

- As estradas de Karim Ainouz e Vincent Gallo; o deserto de Gus Van Sant; Lucrécia Martel e os sons ambientes;

- Refrão e repetição em Wong Kar-Wai e Lisandro Alonso; entrar e sair de cena nos filmes de Pedro Costa; Apichatpong Weerasethakul e a imagem que dura;

- O Cinema de Fluxo hoje: disseminação dos intervalos.

Ministrante: Lennon Macedo

Professor e pesquisador. Doutor em Comunicação pela UFRGS. Participa do Grupo de Pesquisa em Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC) e da Associação de Pesquisas e Práticas em Humanidades (APPH). Compõe também o fanzine de crítica de cinema Zinematógrafo e o coletivo de arte gráfica Selo Manada, em Porto Alegre. Investiga atravessamentos entre audiovisualidades contemporâneas, teorias do cinema e semiótica da comunicação. Realizou a pesquisa de mestrado O intervalo expresso na paisagem (UFRGS, 2019), onde se dedicou ao estudo do Cinema de Fluxo. Ministrou o curso O Dragão Vive: Glauber Rocha 80 Anos (2019) para a Cine UM.


Curso
CINEMA DE FLUXO: A ESTÉTICA DESACELERADA DO CONTEMPORÂNEO
de Lennon Macedo


Datas
26 e 27 / Abril
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento

Lote 1 (até 06/04)
R$ 60,00



Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix



FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO





Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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quinta-feira, 6 de março de 2025

Thrillers Eróticos

 

 CURSO ADIADO  

 CURSO ADIADO  


Os thrillers eróticos dos anos 80 e 90 são um fenômeno cinematográfico único, onde suspense, erotismo e drama psicológico se fundem em narrativas repletas de tensão e sedução. Caracterizados por tramas envolventes que exploram desejos proibidos, traições e jogos de poder, esses filmes frequentemente apresentam personagens complexos e ambíguos, em cenários glamourosos ou sombrios.


Com uma estética marcante, que alia sensualidade a climas de mistério, esses títulos desafiavam convenções sociais e morais, refletindo as transformações culturais da época. Alguns dos principais cineastas de Hollywood nos anos 80 e 90 elevaram o gênero, criando obras que, além de provocativas, questionavam tabus e expunham as contradições humanas. Uma mistura irresistível de prazer e perigo, que cativou plateias e deixou um legado duradouro no cinema.


Thriller erótico é aquele tipo de filme hollywoodiano em que o sexo está sempre associado ao perigo ou ao crime, com personagens femininas construídas pelo olhar masculino, ou seja: geralmente são mulheres bonitas, sedutoras e traiçoeiras. Sinônimo de encrenca.


Objetivos

O Curso CORPOS ARDENTES & INSTINTOS SELVAGENS: OS THRILLERS ERÓTICOS DOS ANOS 80 E 90, ministrado por Ticiano Osório, irá examinar os thrillers eróticos produzidos em Hollywood no período. As aulas vão destacar títulos fundamentais, como Corpos Ardentes (1981), Atração Fatal (1987) e Instinto Selvagem (1992), diretores que se especializaram nessa seara, como Paul Verhoeven, Brian De Palma e Adrian Lyne, e nomes que ficaram para sempre associados a esses filmes, como Sharon Stone, Michael Douglas, Linda Fiorentino e Tom Berenger. Vamos falar sobre os personagens arquetípicos, as tramas recorrentes e o contexto que contribuiu tanto para o sucesso quanto para a decadência do subgênero.


  ATENÇÃO  

Esta atividade é proibida para menores de 18 anos.


Conteúdos

Aula 1

As origens e a ascensão dos thrillers eróticos

A influência do Cinema Noir dos anos 1940

Os personagens arquetípicos, como as femmes fatales

Filmes:

Gigolô Americano (1980), Vestida para Matar (1980), Corpos Ardentes (1981), O Destino Bate à sua Porta (1981), Dublê de Corpo (1984), Acerto de Contas (1986), 9 ½ Semanas de Amor (1986), Atração Fatal (1987), O Mistério da Viúva Negra (1987), Perigo na Noite (1987), Sem Saída (1987), Vítimas de uma Paixão (1989) e Busca Mortal (1991).

 

Aula 2

A explosão chamada Sharon Stone

As tramas recorrentes

A decadência do subgênero

Filmes:

Instinto Selvagem (1992), Jogos de Adultos (1992), Corpo em Evidência (1993), Invasão de Privacidade (1993), O Poder da Sedução (1994), Assédio Sexual (1994), Jade (1995), Ligadas pelo Desejo (1996), Um Crime Perfeito (1998), Garotas Selvagens (1998), Femme Fatale (2002) e Infidelidade (2002).



Ministrante: TICIANO OSÓRIO

Crítico de Zero Hora, GZH e Rádio Gaúcha e autor dos livros "O Morcego e a Luz: 80 Anos de Batman no Cinema" (BesouroBox, 2023) e "Anotações no Escuro: As Perguntas que os Filmes me Fazem" (Arquipélago Editorial, 2024). Ministrou para a Cine UM os cursos As Várias Faces do Morcego: 80 Anos de Batman no Cinema (2023) e Absolute Cinema Martin Scorsese: Entre a Cruz e a Pistola (2024).



Curso
CORPOS ARDENTES & INSTINTOS SELVAGENS: OS THRILLERS ERÓTICOS DOS ANOS 80 E 90
de Ticiano Osório


Datas
05 e 06 / Abril
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento

Lote 1 (até 23/03)
R$ 60,00



Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix




Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Twin Peaks

 

Em 1990, um nome do novo cinema autoral norte-americano da década anterior, David Lynch, se juntava a um roteirista de televisão experiente, Mark Frost, para mudar a história desta mídia doméstica para sempre. Twin Peaks estreou com muitas dúvidas, causando burburinho e tornando-se em seguida um sucesso de audiência levado pela pergunta que incendiou a cabeça dos fãs: “quem matou Laura Palmer?”


A mistura de trama policial com soap opera, com doses do humor tipicamente lynchiano, garantiu uma segunda e errática temporada, encerrada de forma bombástica, mas insatisfatória, levando o diretor a produzir por conta própria um filme para os cinemas que tentava dar conta da história pregressa da personagem, o longa Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992). 



Um quarto de século depois, é a vez de a série ressurgir em nova encarnação. Twin Peaks – O Retorno estreou em 2017 repensando os formatos série e filme, assim como as mídias TV e Cinema, de maneira ainda mais radical que a série original. Espécie de Odisseia pós-moderna, acabaria sendo a obra final de um realizador que nos deixou este ano e que marcou para sempre as imagens em movimento e o som.



Objetivos

O curso O ENIGMA TWIN PEAKS, ministrado por Milton do Prado, irá examinar o universo criado por Twin Peaks tanto na série original, quanto no Retorno, passando pelo filme de 1992. Para além dos aspectos autorais ligados à obra de Lynch, o curso irá abordar os aspectos estético-narrativos e os aspectos culturais ligados tanto às mídias de exibição, quanto às de propagação (livros, fanzines e a fortuna crítica ligada à série). Não decifraremos o enigma, mas o contemplaremos para melhor apreciá-lo.

Observação
Não é necessário nenhum conhecimento prévio, mas recomenda-se assistir previamente, tanto quanto possível, às séries ou episódios avulsos e também o longa-metragem.



Conteúdos

 

Aula 1

A ORIGEM

As séries televisivas até os 1980;

David Lynch: entre o culto e o fracasso;

O piloto e as duas temporadas: um sucesso inesperado e desajeitado;

Aspectos formais e narrativos de Twin Peaks;

O fim da série e o filme como começo.

 

Aula 2

O RETORNO

Um hiato aqui e no além: te vejo em 25 anos;

Velhos rostos, velhos corpos: os personagens;

Twin Peaks está por tudo;

Questões de duração na série;

Aspectos formais e narrativos de Twin Peaks – O Retorno.

 

Ministrante: Milton do Prado

Doutor em Comunicação Social pela PUCRS, onde desenvolveu a tese “Longa duração e serialidade no Cinema do Século XXI: Os casos Twin Peaks – O Retorno (2017) e La Flor (2018)”. Mestre em Film Studies pela Concordia University, de Montreal e bacharel em Comunicação Social: Jornalismo (UFRGS). Professor e Coordenador do Curso de Realização Audiovisual da Unisinos (CRAV). Dirigiu com Amabile Rocha o curta O Velho do Saco (1999). De 2004 a 2009 foi sócio da produtora Clube Silêncio, de Porto Alegre e em 2010 fundou, com Fabiano de Souza, a Rainer Cine, onde atua principalmente como produtor e montador. Ainda na Rainer, codirigiu com Fabiano o curta documentário Os Filmes Estão Vivos (Prêmios da Crítica e Especial do Júri no Festival de Gramado, 2013).


Curso
O ENIGMA TWIN PEAKS
de Milton do Prado


Datas
15 e 16 / Março
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento

Lote 1 (até 16/02)
R$ 60,00

Lote 2 (até 23/02)
R$ 65,00

Lote 3
R$ 70,00


Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix



FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO
 





Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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sábado, 12 de outubro de 2024

Música de Cinema





Uma máxima afirma que “por trás de todo grande filme há uma trilha sonora brilhante”.

A Trilha Sonora é um elemento fundamental em produções audiovisuais, desempenhando um papel essencial na criação de atmosfera, emoção e imersão. A música é utilizada em filmes para definir a cena ou o tom e para dar pistas ao público sobre parte da história – em suma, ela ajuda a contar a história. Em última análise, o principal objetivo da trilha sonora é conectar as pessoas a um filme e fazê-las sentir certas emoções.



Se você é apaixonado por cinema, música ou artes visuais, prepare-se para uma experiência única! Em um ambiente imersivo, dentro de uma sala de cinema, vamos explorar como as trilhas sonoras transformam cenas, intensificam emoções e dão vida às histórias nas telas.


O Curso MÚSICA DE CINEMA – NOTAS QUE CONTAM HISTÓRIAS, ministrado por Ricardo Sastre, será uma Aula-Show que vai abordar os conceitos básicos das trilhas sonoras, um pouco de história e música, muita música com um espetáculo AO VIVO

Tudo isto na Sala de Cinema da Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre.


Qual será a experiência dos participantes?

Explanação envolvente sobre o impacto das trilhas sonoras na narrativa cinematográfica com música ao vivo, intercalada com as falas do professor, executada pela Banda IF, proporcionando uma experiência audiovisual única!



Metodologia

Palestra expositiva

Música ao vivo durante e depois do curso

Troca de experiências entre os participantes

 


Público-alvo

Cinéfilos, amantes da música, estudantes e profissionais de cinema, música, design, artes e todos os interessados em conhecer a magia por trás das trilhas sonoras.


Programa 

Breve história das trilhas sonoras no cinema;

- Contribuição da música para a composição cinematográfica;

- Os gêneros dos filmes, categorias e suas características sonoras;

- Principais estilos musicais (linha do tempo);

- Recursos musicais utilizados no cinema (do tema ao efeito especial);

- Os bastidores das trilhas sonoras famosas (exemplos);

- Show instrumental de encerramento.

 


Ministrante: Ricardo Sastre

Pesquisador, escritor, músico, consultor e professor universitário. Consultor Ad hoc do Estado do Rio Grande do Sul. Presidente da Associação do Profissionais de Design do RS – Apdesign e Diretor na Mudrá Design. Ministrou o Curso “O Filme: Um Estudo do Design do Cartaz de Cinema” pela Cine UM.


Banda IF

Formada por um trio de músicos gaúchos composto por guitarra, baixo e bateria que amam a música instrumental e suas vertentes. Suas influências são artistas como Joe Satriani, Steve Vai, Rush, Yes e instrumentistas brasileiros. Os músicos possuem mais de 25 anos de carreira e transitaram por diversas bandas e estilos musicais. O repertório é composto de músicas de instrumentistas internacionais com uma pegada rock, jazz, progressiva, fusion e um toque brasileiro.





Curso
MÚSICA DE CINEMA: NOTAS QUE CONTAM HISTÓRIAS
de Ricardo Sastre


Data
23 / Novembro
(sábado)

Horário
9h30 às 12h30


Local
Cinemateca Capitólio
(Sala de Cinema)
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)







Informações

cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99270-1352




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