Apresentação
Michael Haneke nasceu na Alemanha em 1942, mas se
naturalizou austríaco, e vivenciou as consequências da Guerra, com marcas que
permanecem em seu trabalho. Certamente, é um dos cineastas mais relevantes a
refletir sobre o lado sombrio de nosso tempo, pois está longe de descartar a
atualidade da ascensão do fascismo, da xenofobia e da intolerância. Trouxe
esses temas para o centro dos seus filmes em acontecimentos cotidianos e
aparentemente banais, tornando-se um dos mais relevantes e polêmicos cineastas
ao utilizar a alegoria e a ambiguidade como destaques nos seus relatos.
“É mais difícil para o espectador ver os meus filmes do que para mim
e para meus atores fazê-los”
Alguns dos temas centrais para o diretor austríaco,
que encarnam nosso tempo, são: nossa incapacidade em se relacionar (perda do
vínculo comunitário, a alienação do indivíduo na dificuldade em lidar com o
desconhecido) e a representação televisual da violência (essencialmente na
influência da mídia na nossa percepção da realidade, a banalização da violência
que afetaria nosso potencial de se chocar com ela).
Haneke é muito conhecido pela maneira radical que testa o limite ou provoca o
espectador para causar incômodo, perturbar o seu lugar e a busca por certezas.
Ele diz refletir sobre nossos medos e interditos pois, para o cineasta, o
cinema não deve apenas contar uma história: cabe a ele chamar atenção, causar
reflexão ao desacomodar o espectador.
São características dos seus filmes os planos
fixos, longos, que podem até causar estranhamento para quem está acostumado com
o ritmo frenético do cinema tradicional hollywoodiano. Elementos como o
contraste do claro-escuro são utilizados para ressaltar a atmosfera
perturbadora na qual muito dos seus personagens encontram-se envoltos. Dentre
suas influências estão: o Neorrealismo e os cineastas Michelangelo Antonioni, Ingmar
Bergman, Robert Bresson e Abbas Kiarostami.
Objetivo
O curso Michael Haneke: O lado sombrio do nosso
tempo, ministrado por Bruno Maya, tem por objetivo apresentar um panorama
sobre a filmografia do cineasta. Contextualizar sua produção ao debater sobre
sua relevância, suas influências e as polêmicas estabelecidas pelo diretor que
se manifesta na contramão do cinema comercial hollywoodiano. Será analisada a
filmografia do diretor, destacando os elementos e as escolhas que caracterizam
seus filmes, bem como as mudanças que ocorrem em sua trajetória. O curso visa, por
meio do estudo da sua concepção de cinema, em função essencialmente do que
estipula com relação ao espectador, compreender porque Michael Haneke é um dos
diretores mais polêmicos da atualidade.
“A nossa sociedade está mergulhada na violência,
eu a represento porque a temo, e acho que devemos refletir sobre isso”
Público alvo
Esta atividade é aberta a todos os interessados. Não é necessário nenhum pré-requisito de formação e/ou atuação profissional.
Conteúdo programático
Aula 1
- Contextualização sobre a biografia de Michael
Haneke: a formação em Viena, a experiência de crescer em época de guerra.
- Haneke e a polêmica dos seus filmes na
representação da violência: o maldito e o lado sombrio de nosso tempo.
- Haneke e o espectador: o cinema-provocação e a
representação da violência.
- Suas influências e um pouco do cinema novo
austríaco: uma crítica ácida a burguesia.
Aula 2
- Os primeiros filmes, chamados de "trilogia glacial": O Sétimo Continente
(1989), Benny´s Video (1992) e 72 Fragmentos para uma Cronologia do Acaso
(1994).
- O filme-provocação: Funny Games (1998), e a
refilmagem polêmica em 2007.
- A construção da atmosfera sombria.
- A ambiguidade, a alegoria e a sugestão: O Castelo (1997), Código Desconhecido (2000), A
Professora de Piano (2001), O Tempo do Lobo (2003), Caché (2005), A Fita Branca
(2008) e Amor (2012).
- O espectador em cena.
Ministrante: Bruno Maya
Doutorando em Comunicação
Social pela PUCRS, e formado em jornalismo pela mesma universidade. Desenvolve
pesquisa na área de cinema e audiovisual desde 2004, na qual trabalhou em um
estudo sobre o cinema brasileiro. Atualmente realiza pesquisa sobre realismo
no cinema (incluindo a filmografia de Michael Haneke), vinculada ao grupo
Cinesofia (PPGCOM-PUCRS).
Duração
Investimento
Informações
Realização
Patrocínio
Curso
MICHAEL HANEKE:
O LADO SOMBRIO DO NOSSO TEMPO
de Bruno Maya
MICHAEL HANEKE:
O LADO SOMBRIO DO NOSSO TEMPO
de Bruno Maya
Datas
08 e 09 / Outubro (sábado e domingo)
Horário
15h às 18h
Duração
2 encontros presenciais (6 horas / aula)
Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)
Investimento
R$ 90,00
(Valor promocional de R$ 70,00 para as primeiras 10 inscrições por depósito bancário)
Formas de pagamento
Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro - parcelado)
Material
Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)
Informações
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 9320-2714
Realização
Patrocínio
Cinemateca Capitólio
E O Vídeo Levou
E O Vídeo Levou
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