terça-feira, 7 de outubro de 2025

Cinema Marginal Brasileiro


 



A década de 1960 foi marcada pelo fenômeno dos Novos Cinemas. Em todos os continentes, movimentos marcados por filmes ousados e inovadores, dirigidos por jovens cineastas, promoveram rupturas sedutoras, transformando para sempre a paisagem do cinema mundial. Outro fenômeno notável daquele período turbulento da história foi o surgimento das rupturas dentro de rupturas: a partir da segunda metade da década, obras ainda mais radicais – dirigidas por nomes ainda mais jovens – foram lançadas em diversos países, estabelecendo novas possibilidades para a invenção cinematográfica.


No Brasil não foi diferente. No início da década, o Cinema Novo de Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra e cia. estabeleceu-se como a grande referência da vanguarda cinematográfica. A partir da segunda metade dos anos 1960, o panorama foi chacoalhado por jovens incendiários. Filmes de realizadores como Rogério Sganzerla, Júlio Bressane, Neville D’Almeida, Ozualdo Candeias, entre vários nomes, ganharam as telas e assumiram um protagonismo no panorama cinematográfico brasileiro. Com essa geração transgressora, surge o chamado Cinema Marginal, nomenclatura ingrata, maldita, recusada pelos próprios diretores, que se consideravam marginalizados.


A sombra da margem reflete o momento sombrio: a violência da repressão da Ditadura Militar, iniciada após o Golpe de 1964, espalhava-se em diversas frentes. A censura oficial impedia a circulação de boa parte dos filmes do Cinema Marginal, cerceando a liberdade criativa dos cineastas. O sentimento de paranoia e de horror toma conta dos filmes, que se tornam mais agressivos, abjetos e desesperados. Rapidamente, no início dos anos 1970, a dimensão coletiva do Cinema Marginal é desmobilizada. Os filmes, no entanto, seguem repercutindo, influenciando novas obras. No curso estudaremos as conexões e as distâncias entre filmes de cineastas como Sganzerla, Bressane, Andrea Tonacci, Luiz Rosemberg Filho e Carlos Reichenbach; o diálogo estético turbulento com a geração do Cinema Novo; a maneira como a invenção cinematográfica confrontou uma realidade política repressiva; e a herança das obras marginais (para além do cinema) nas décadas seguintes.


Objetivos

O curso Cinema Marginal Brasileiro, ministrado por Leonardo Bomfim, propõe um mergulho num dos momentos mais inventivos da história do cinema brasileiro, contextualizando os filmes em relação à cinematografia nacional e às influências das rupturas modernas dos anos 1960.

Público alvo

Esta atividade se destina a qualquer interessado. Não é necessário nenhum pré-requisito de formação e/ou atuação profissional.



Conteúdos

 

Aula 1

O momento do cinema brasileiro nos anos 1960.

“O terceiro mundo vai explodir”, o Cinema Marginal da Boca do Lixo.

“Matou a família e foi...: Novos e Marginais: radicalização e ruptura

 

Aula 2

O cinema da Belair: agressividade, invenção e desespero.

Cinema Marginal fora do eixo: Minas, Bahia...

A herança: a sobrevida da estética marginal no cinema e além

 


Ministrante: Leonardo Bomfim

Jornalista e Doutor em Comunicação Social (PUCRS), Natural do Rio de Janeiro, Brasil. É Programador da Cinemateca Capitólio, espaço dedicado à preservação e difusão cinematográfica localizado em Porto Alegre. Foi programador do Cine P. F. Gastal, na mesma cidade, entre 2013 e 2017. Foi curador das mostras Cinema Marginal (2008), Cinema Novo: Brasil em Transe (2017) e Cinema de Invenção (2019). Realizou trabalhos de programação para festivais brasileiros como Olhar de Cinema, Gramado e Brasília. Publicou textos em revistas como Archive Prism (Coreia do Sul), Cahiers du Cinéma (França), La Vida Útil (Argentina) e Teorema (Brasil). Já ministrou os cursos Novos Cinemas dos Anos 60; Brian De Palma: O Poder da Imagem; Lumière, Méliès & Outros Pioneiros e A Gênese da Nova Hollywood pela Cine UM.



Curso
CINEMA MARGINAL BRASILEIRO
de Leonardo Bomfim


Datas
15 e 16 / Novembro
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento
Lote 1 (até 19/10)
R$ 60,00



Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix



FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

 








Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Expressionismo Alemão

 



O Expressionismo Alemão é um dos mais celebrados movimentos ocorridos nas primeiras décadas de desenvolvimento do Cinema. Amalgamando o experimentalismo técnico de uma arte nova com influências muito marcadas do Teatro e da Pintura, os filmes constelados dentro dessa abordagem compartilham temas e linguagens que refletem tanto o espírito de sua época, quanto de seu povo.


Apostando no fantástico, no grotesco, no distorcido, no ambíguo – do enredo à interpretação, passando pela maquiagem, cenografia, iluminação, montagem –, destaca-se nos filmes do Expressionismo Alemão uma ambientação lúgubre que ressalta uma apresentação de personagens dramáticas, carregadas de emoções amplificadas e sombrias, num diálogo com as questões políticas e sociais que impactaram a vida e o imaginário da nação alemã no começo do século XX.


Delimita-se o Expressionismo Alemão entre 1920, com O Gabinete do Dr. Galigari, e 1931, com M, O Vampiro de Düsseldorf, já um filme falado. A ascensão do nazismo em 1933, levou à construção de uma nova política cinematográfica e enquanto alguns realizadores se adequaram, outros se exilaram, fugindo da perseguição. No entanto, produções precoces, como o Estudante de Praga (1913) e uma influência tardia no cinema de guerra nazista, evidenciam a representatividade dessa estética, dentro de um polo produtivo como foi a Universum Film Aktien Gesellschaft, mais conhecida como UFA, responsável desde 1917 até 1945 por mais de 1000 longas-metragens.


Objetivos

O Curso Expressionismo Alemão: A Arte da Luz e a Política das Sombras, ministrado por Daniel de Bem oferece um panorama do movimento, explorando sua história, influências, fases e o contexto político-econômico que o moldou. A partir da análise de filmes paradigmáticos, os participantes serão conduzidos à identificação dos padrões estéticos e à interpretação dos elementos simbólicos recorrentes que definiram o estilo.


Conteúdos


Aula 1

História relâmpago do Expressionismo Alemão e da UFA;

Luz e sombras: a linguagem do Expressionismo.

Tópicos sobre os antecessores e a primeira fase (1913, 1920-1925): analisando O Estudante de Praga, O Gabinete do Dr. Caligari, A Morte Cansada, Nosferatu e Fausto.

 


Aula 2

Tópicos sobre a segunda fase (1926-31) e ecos posteriores: analisando Metrópolis, O Anjo Azul e M, O Vampiro de Düsseldorf

Tempos sombrios e o legado exterior. O fim de uma análise.


Ministrante: Daniel de Bem

Professor da UFFS (Campus Erechim), Doutor em Antropologia Social pela UFRGS, com foco em Antropologia da Religião. Pesquisa a difusão internacional de religiões de matriz africana e ayahuasqueiras. Paralelamente, dedica-se a pesquisar as interpenetrações entre cultura, política e comunicação no Cinema. Sobre o tema já publicou em coautoria com Marcelo Tadvald “O Cinema Expressionista Alemão (1895-1945)”, pela CirKula e o artigo “A Crise da Sociedade Individualista e seu duplo em o Clube da Luta”.


Livro do professor ministrante do curso

"O CINEMA EXPRESSIONISTA ALEMÃO - 1895 - 1945"


Autores:
Marcelo Tadvald e Daniel de Bem

Páginas: 128
Formato: 23cm x 15,5cm
(papel couchê)



Curso
EXPRESSIONISMO ALEMÃO: A ARTE DA LUZ E A POLÍTICA DAS SOMBRAS
de Daniel de Bem


Datas
11 e 12 / Outubro
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento

Lote 1
a) Inscrição + Livro: R$ 95,00
b) Inscrição: R$ 60,00


Lote 2
a) Inscrição + Livro: R$ 100,00
b) Inscrição: R$ 65,00



Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix






Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Mulheres na Ficção Científica


 



A ficção científica, com suas temáticas fantásticas de exploração de outros mundos, universos alternativos ou mutações genéticas que extrapolam a realidade, encontrou no cinema uma tecnologia que permitia que essas histórias fossem contadas ao público de uma forma como nunca havia sido feita. George Méliès, um dos pioneiros não somente do cinema, mas do cinema de ficção científica, produz, roteiriza e dirige Viagem à Lua (Voyage dans la lune, 1902) – o primeiro contato do público com uma narrativa visual de ficção científica.


Desde a viagem de Méliès à lua, o gênero de ficção científica foi se consolidando ao longo dos anos como mais um espaço a ser explorado no cinema. Clássicos como Metrópolis de Fritz Lang, a adaptação de Byron Haskin da obra de H. G. Wells Guerra dos Mundos, a 2001: Uma Odisséia no Espaço de Kubrick e as sagas de Star Wars, ajudam o gênero a ganhar popularidade com o grande público e, especialmente na primeira metade do século XX, se solidificar cada vez mais como um gênero predominantemente masculino. Por se tratar de abordar ciência e tecnologia, o envolvimento das mulheres não era nem ao menos considerado, uma vez que elas já eram excluídas desses ambientes na vida real, e por isso questões de gênero eram muitas vezes ignoradas e as mulheres se tornavam apenas acessórios e assistentes de seus colegas de elenco masculinos. Porém, a partir do final da década de 70, com o lançamento de filmes como Alien, O Oitavo Passageiro (Alien, Ridley Scott, 1979) vemos as donzelas em perigo das décadas anteriores darem lugar a personagens femininas que ganham maior destaque em suas tramas, muitas vezes sendo elas mesmas as protagonistas e heroínas de suas próprias histórias.

Esta virada de chave nos leva ao século XXI, em que, principalmente após os anos 2010, vemos um aumento na quantidade de protagonistas femininas no cinema de sci-fi, o que nos leva a uma reflexão: o que essa representação significa para o gênero? Esse curso oferece aos fãs de ficção científica uma oportunidade de analisar filmes clássicos do gênero através de uma perspectiva feminista, buscando conciliar a evolução do papel da mulher em uma sociedade patriarcal e a sua representação nas telas dos filmes sci-fi.


Objetivos


O curso MULHERES NA FICÇÃO CIENTÍFICA: UMA JORNADA PELO GÊNERO SCI-FI E A TEORIA FEMINISTA, ministrado por Carina Schroder, propõe um diálogo entre o cinema de ficção científica e a teoria feminista. Por meio da exibição e análise de filmes emblemáticos do gênero, o curso investiga como a representação das mulheres na tela se transformou ao longo das décadas, relacionando-a às perspectivas críticas do feminismo.



Conteúdos


Aula 1

 - Da literatura para o cinema: o surgimento da ficção científica.

- Introdução ao pensamento feminista do cinema: Barbara Creed, Veronica Hollinger e Linda Williams.

- Donzelas em perigo: a mulher como artifício para a jornada do herói.



Aula 2

- O monstruoso feminino: o descolamento do ideal feminino.

- A jornada da heroína: a busca por autonomia em uma sociedade patriarcal.

- Reflexões sobre uma suposta ficção científica feminista.



Ministrante: CARINA SCHRODER

Doutora em Comunicação Social pela PUCRS, com doutorado-sanduíche na Université de Montpellier Paul-Valéry (França). Pesquisadora de teoria feminista do cinema, com foco em filmes de horror e ficção científica, tendo publicado sua dissertação de mestrado sobre a personagem Ellen Ripley do filme Alien, e sua tese de doutorado sobre o limiar monstro-vítima das personagens femininas no cinema de horror estadunidense do século XXI.




Curso
MULHERES NA FICÇÃO CIENTÍFICA: UMA JORNADA PELO GÊNERO SCI-FI E A TEORIA FEMINISTA
de Carina Schroder


Datas
20 e 21 / Setembro
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento
Lote 1 (até 31/08)
R$ 60,00

Lote 2 (até 14/09)
R$ 65,00

Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix



FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

 






Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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quarta-feira, 30 de julho de 2025

Cinema e Patrimônio

 



A preservação cinematográfica é mais do que uma técnica: é uma prática cultural que envolve escolhas, disputas de memória e políticas públicas. Arquivos, museus e cinematecas não apenas armazenam filmes, documentos e objetos, mas produzem sentidos sobre o que deve ser lembrado ou esquecido.


O curso propõe uma introdução acessível ao universo da preservação audiovisual e ao papel do cinema como expressão cultural e instrumento de ensino. Ao longo de dois encontros, busca-se refletir sobre a importância de conservar filmes, compreender o funcionamento de cinematecas e discutir como o cinema pode contribuir para a valorização do patrimônio cultural e o ensino da história. A proposta é despertar o olhar crítico para o audiovisual como forma de memória, valorizando seus usos sociais e educativos.

Ao propor o diálogo entre cinema e patrimônio, o curso enfatiza a potência do audiovisual como ferramenta pedagógica e meio de valorização cultural. Salas de cinema, documentos e filmes tornam-se pontos de partida para a investigação do passado, da diversidade cultural e das memórias urbanas.


Objetivos

O curso CINEMA & PATRIMÔNIO: QUANDO O FILME FAZ HISTÓRIA, ministrado por Lucas Quadros Petry, objetiva apresentar de forma introdutória e acessível o que é a preservação audiovisual, por que ela é importante e como ela acontece, além de compreender como o cinema pode ser uma ferramenta para valorizar o patrimônio cultural e ensinar história de forma envolvente.



Conteúdos


Aula 1

Noções de patrimônio (material e imaterial) e sua aplicação ao cinema.

O cinema como testemunho social, cultural e histórico.

Surgimento e funções de Instituições – cinematecas, museus e arquivos.

Papel crítico e formador dessas instituições: preservação, difusão, formação.

Profissionais e práticas de preservação



Aula 2

Memória e patrimônio urbano: Cinema de rua como elemento social e patrimonial.

Casos de filmes perdidos e recuperados.

Cinema como instrumento educativo.

Exemplo local: Cinemateca Capitólio em Porto Alegre – arquitetura histórica, projeções, acervo e memória urbana.

 

Ministrante: Lucas Quadros Petry

Arquivista e graduando em Museologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 2020 atua no projeto de extensão Farol: Conexões da Informação em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (PPGMUSPA/UFRGS). Bolsista no Museu da UFRGS, trabalhando com a documentação museológica de artes visuais e coleção de imagens. Desenvolve o programa “Lugares de Cinema” na Rádio da Universidade, além de pesquisa na área do cinema, patrimônio e documentação em museus.



Curso
CINEMA & PATRIMÔNIO: QUANDO O FILME FAZ HISTÓRIA
de Lucas Quadros Petry

Datas
30 e 31 / Agosto
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento
Lote 1 (até 17/08)
R$ 60,00

Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix








Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Horror brasileiro

 


O ano de 1964 marcou a entrada do Brasil em um dos períodos mais sombrios de sua história recente: o golpe militar instaurou uma ditadura que perduraria até 1985, deixando um rastro de violência, repressão e morte. Curiosamente, no mesmo ano, estreava o primeiro longa-metragem brasileiro a se autodenominar "filme de terror": À Meia-Noite Levarei Sua Alma, de José Mojica Marins. O filme foi um sucesso de público, gerou intenso debate crítico e chamou a atenção até mesmo de cineastas engajados politicamente, como Glauber Rocha. Com sua abordagem transgressora, Mojica acabou perseguido pela censura, que tentou sufocar sua obra durante todo o regime autoritário.


Será mera coincidência que 1964 tenha marcado tanto o horror no cinema quanto na vida dos brasileiros? Partindo da ideia de que o cinema é um documento de seu tempo, percebe-se que o horror brasileiro sempre esteve profundamente ligado a questões políticas e sociais. Seja de forma direta ou simbólica, os filmes do gênero refletem os medos, os traumas e as contradições de cada época. Diversos exemplares do nosso cinema de horror lançam um olhar crítico sobre a realidade, demonstrando que, mesmo ao explorar o sobrenatural, esses filmes dialogam diretamente com o mundo em que foram produzidos.


Podemos dividir essa cinematografia em dois grandes períodos. O primeiro abrange as produções realizadas durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), nas quais cineastas abordaram, muitas vezes de forma alegórica, temas como autoritarismo, conservadorismo, sexualidade e resistência. O segundo momento ocorre já no século XXI, com a retomada do horror como um dos gêneros mais populares do cinema nacional. Se antes eram poucos os realizadores que se dedicavam ao terror, hoje vemos uma proliferação de filmes que exploram conflitos de classe, raça, gênero e outras questões urgentes. Ao longo de sua história, o horror brasileiro se destacou pela inventividade, evitando cópias do cinema estrangeiro e criando uma identidade própria.

Objetivos

O curso Monstros do Nosso Tempo: Horror Brasileiro em Perspectiva Sociopolítica, ministrado por Giancarlo Backes Couto, analisa filmes do gênero, demonstrando como eles se relacionam com os contextos históricos em que foram produzidos. Para isso, serão discutidas obras nacionais emblemáticas, que servirão como ponto de partida para debates sobre política, sociedade e cultura. Também serão estabelecidos paralelos com o cinema internacional, destacando as particularidades do horror brasileiro e sua potência como ferramenta de crítica social.

Público-alvo

O curso é voltado para cinéfilos, curiosos pelo universo do horror, professores e pesquisadores interessados no cinema como meio de reflexão e ensino.



Conteúdos

Aula 1 - Século XX

Conceitos e metodologia a serem utilizados nas aulas

À Meia-Noite Levarei sua Alma - José Mojica Marins contra a moral e os bons costumes

A Mulher que Põe a Pomba no Ar - Monstruosidade feminina no cinema de Rosângela Maldonado

As Filhas do Fogo - Sexualidade no cinema de Walter Hugo Khouri

Schock: Diversão Diabólica - Juventude e autoritarismo às vésperas da redemocratização



Aula 2 - Século XXI

O Horror cotidiano no século XXI

Os Jovens Baumann - Rupturas sociais e de classe

Trabalhar Cansa - O que teme a classe média em tempos de ascensão social

A Máquina Infernal - O que teme a classe operária em tempos de crise

O Nó do Diabo - Um olhar sobre a escravidão e período colonial

Medusa - Fundamentalismo religioso

Ministrante: Giancarlo Backes Couto

Bolsista de Doutorado CNPq em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, na linha de pesquisa Cultura e Tecnologias das imagens e dos imaginários, com período sanduíche no departamento de Sociologia da Université Paul-Valéry, Montpellier 3. Mestre na mesma área e Programa, com bolsa CAPES/PROSUC. Graduado em Jornalismo pela Universidade Feevale e em Filosofia (Licenciatura) pela Universidade Federal de Pelotas - UFPEL. Desde 2018 desenvolve pesquisas na área do Cinema de Horror, priorizando seus cruzamentos com os campos da Ética, Estética e Política.


Curso
MONSTROS DO NOSSO TEMPO: HORROR BRASILEIRO EM PERSPECTIVA SOCIOPOLÍTICA
de Giancarlo Backes Couto

Datas
09 e 10 / Agosto
(sábado e domingo)

Horários
14h30 às 17h30

Duração
2 encontros presenciais
(carga horária: 6 horas / aula)

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)


Material
Certificado de participação


Investimento

Lote 1 (até 13/07)
R$ 60,00

Lote 2 (até 27/07)
R$ 65,00

Lote 3
R$ 70,00

Formas de pagamento
Cartão de crédito (em até 3x)
Boleto
Depósito / Pix



FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO

 







Informações

cinema.cineum@gmail.com  /  Fone: (51) 99270-1352




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