segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Cinema de Autor







Apresentação

O Cinema, a chamada 7ª arte, é, antes de tudo, uma arte coletiva, colaborativa. Mas é impossível negar que por trás da construção de uma obra audiovisual há sempre o olhar de um realizador apontando o caminho a seguir. No entanto, há uma cadeia de forças, desejos e ambições que invariavelmente se sobrepõem à inspiração artística do diretor. Exercer na plenitude um cinema autoral é, em essência, uma arte em si.




O Cinema de Autor é um tipo de produção cinematográfica na qual o diretor é visto como a principal força criativa na realização de um filme. O pensamento crítico e a doutrina dessa forma de cinema surgiram no contexto francês no final dos anos 1940, a partir das reflexões teóricas de André Bazin e Alexandre Astruc. Esta nova maneira de "ver" e "conceber" um filme, incentivada pela revista Cahiers du Cinéma, acabou por contribuir para o surgimento do movimento da Nouvelle Vague.




Antes de produzirem seus filmes autorais, cineastas como Jean-Luc Goddard e François Truffaut deram importantes contribuições no desenvolvimento da chamada Política dos Autores. O fundamento principal dessa doutrina é que o diretor, por ter uma visão global dos sons e imagens do filme, deve ser considerado mais o autor da obra do que o roteirista. Assim, é a linguagem de câmera, a fotografia, a duração da cena e todos os outros elementos decididos pelo diretor que definirão os significados expressos pelo filme, mais até do que o próprio roteiro.


Objetivos

O curso Cinema de Autor, ministrado por Fernando Mascarello, vai analisar e propor uma reflexão sobre o cinema de autor como manifestação encontrada tanto no “cinema de arte” quanto no cinema de tipo “hollywoodiano” ou “clássico”, além de traçar a genealogia da ideia de autoria cinematográfica. Será objeto de estudo o desenvolvimento das cinematografias e cineastas que compõem o cânone histórico do cinema de autor, identificando as três matrizes estéticas históricas da produção do cinema autoral: o Clássico; o Realista e o Expressivo.


Temas

Definições iniciais
1. Cinema clássico (ou “hollywoodiano”) x cinema de arte: a tensão constitutiva central do campo cinematográfico.
2. Entre o cinema clássico e o cinema de arte, o que é o cinema de autor?
3. Limpando a área: definições de blockbuster, filme cult, cinema experimental, cinema independente, etc.



Período clássico
1. Consolidação do cinema clássico hollywoodiano e hegemonia de Hollywood no pós-Primeira Guerra.
2. A resposta europeia: Expressionismo Alemão (nascimento do cinema “expressivo”); Montagem Soviética e outras vanguardas dos anos 1920. Friedrich W. Murnau; Fritz Lang; Serguei Eisenstein e Dziga Vertov.
3. Anos 1920: o surgimento da ideia de autoria na França.



Período moderno
1. Neorrealismo italiano e a consolidação do cinema realista. Roberto Rossellini; Luchino Visconti e Vittorio De Sica.
2. Cineclubismo e cinefilia na França pós-Segunda Guerra: a Cinemateca Francesa e o boom das revistas de crítica cinematográfica.
3. A “Política dos Autores” de François Truffaut; Éric Rohmer; Jean-Luc Godard & cia. nas páginas dos Cahiers du Cinéma dos anos 1950.
4. O escandaloso amor dos jovens franceses por uma “Hollywood autoral”: Alfred Hitchcock; Howard Hawks; Billy Wilder; Douglas Sirk, etc.
5. Anos 1960: a Nouvelle Vague francesa e a explosão do cinema de autor modernista pelo mundo. John Cassavetes e o cinema indie americano. Ingmar Bergman; Michelangelo Antonioni; Federico Fellini e Pier Paolo Pasolini. O caso japonês: Akira Kurosawa; Yasujiro Ozu e Kenji Mizoguchi X Nouvelle Vague Japonesa. O Novo Cinema Alemão: Wim Wenders; Werner Herzog e Rainer Werner Fassbinder.



Período contemporâneo
1. O “renascimento” de Hollywood e o declínio do cinema de autor modernista.
2. Filme de autor híbrido, ou em busca do público perdido. O New American Cinema de Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. Os casos de Quentin Tarantino; Pedro Almodóvar e o último Woody Allen.
3. Cinema de autor hoje: um mapa sinóptico do contemporâneo.



Ministrante: Prof. Dr. Fernando Mascarello

Pesquisador e professor com atuação nas áreas de Teoria do Cinema, História do Cinema, Análise Fílmica, Crítica Cinematográfica e Estudos Culturais. Seu livro História do Cinema Mundial (Papirus, 2012, 7a. edição) é adotado na maior parte dos cursos de graduação em Cinema e Audiovisual do país. Pesquisador com trabalhos apresentados em congressos internacionais como os da "Society for Cinema and Media Studies" (SCMS), tem também forte atuação na Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE), da qual foi membro do Conselho Executivo de 1999 a 2009, além de criador e coordenador dos Seminários Temáticos "Indústria e Recepção Cinematográfica e Audiovisual" (2009 a 2011) e "Recepção Cinematográfica e Audiovisual" (2012 a 2014). Publica com freqüência no caderno Cultura (Proa) do jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Como crítico de cinema, também foi responsável pela criação da revista "Teorema - Crítica de Cinema", de Porto Alegre, da qual foi editor. Foi coordenador do curso de "Realização Audiovisual" (Cinema) da UNISINOS, onde atualmente coordena o curso de "Especialização em Cinema". Atua como professor das disciplinas de "História do Cinema Internacional " e "Teoria do Cinema" do curso de Realização Audiovisual. É doutor em Cinema pela Universidade de São Paulo (2004). Já ministrou o curso "Filme Noir: Cinefilia & Sexualidade" pela Cine UM.




Curso

Cinema de Autor

de Fernando Mascarello


Datas
Dias 26 e 27 / Setembro (sábado e domingo)

Horário
Das 15h às 18h

Local
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)

Investimento
R$ 80,00
(Valor de R$ 70,00 para as primeiras 10 inscrições.
Válido apenas para pagamentos por depósito bancário)
*** Valor promocional esgotado ***

Formas de pagamento
Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro)

Material
Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 9320-2714

Realização
Cine UM Produtora Cultural

Patrocínio

Apoio

Parceria


INSTRUÇÕES PARA EFETUAR A INSCRIÇÃO

1) Preencha e envie o formulário abaixo.
2) Pagamento por Depósito Bancário: após enviar o formulário você receberá as orientações.
3) Pagamento por Cartão de Crédito: após enviar o formulário, clique no botão do PagSeguro.
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sábado, 22 de agosto de 2015

Mario Bava










Apresentação

Ao longo de quatro décadas, do início dos anos 1940 ao final dos 70, o diretor de fotografia, técnico de efeitos especiais e cineasta Mario Bava (1914-1980) escreveu, com uma imaginação visual única, o seu nome na história do cinema de horror, e também no cinema popular italiano, do qual foi o mestre maior, desbravando o caminho para uma geração de diretores cultuados, como Dario Argento e Lucio Fulci. Nos últimos anos, graças ao trabalho dedicado de pesquisadores como o norte-americano Tim Lucas, seu principal biógrafo, e a ótimas restaurações que possibilitaram o lançamento de praticamente todos os seus filmes em versões integrais no mercado de vídeo doméstico, a extensa obra de Bava, que inclui mais de 20 longas-metragens somente na função de diretor, começou a receber o reconhecimento que merece pelo mundo, com a publicação de inúmeros estudos críticos, organização de retrospectivas, etc.

Dimensionar a importância e o legado de Mario Bava é uma tarefa hercúlea devido à riqueza e à variedade de sua obra. Afinal, ele codirigiu o primeiro filme de horror do cinema italiano desde a era silenciosa (Os Vampiros), criou as maiores obras-primas do terror gótico italiano (A Maldição do Demônio; As Três Máscaras do Terror; O Ciclo do Pavor; O Chicote e o Corpo e Lisa e o Diabo), codificou as convenções visuais e o sadismo voyeurístico do giallo com A Garota Que Sabia Demais e Seis Mulheres Para o Assassino, antecipou o slasher com Banho de Sangue, além de ter deixado obras-primas e filmes marcantes em muitos gêneros, como o poliziottesco (Cães Raivosos), a ficção científica (O Planeta dos Vampiros) e o peplum (Hércules no Centro da Terra; A Vingança dos Vikings e Os Punhais do Vingador).


Vista em conjunto, a filmografia de Bava nos revela um cineasta extremamente autoral não apenas em seu estilo visual como também no nível temático, apesar de todas as dificuldades de produção que o diretor quase sempre tinha de enfrentar, como falta de orçamento e de tempo para filmar, roteiros mal escritos, atores ruins, convocações de última hora para salvar projetos, etc. 

Seu frutífero legado pode ser visto não apenas em inúmeros elogios e citações, mas também nos filmes de famosos cineastas que estão entre seus confessos admiradores: Tim Burton (BatmanA Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça), Joe Dante (O Buraco), Martin Scorsese (A Última Tentação de CristoCabo do Medo), Federico Fellini (Julieta dos EspíritosHistórias Extraordinárias) e David Lynch (Twin Peaks). Portanto, não causa nenhuma surpresa a bela homenagem a Bava realizada pela cineasta neozelandesa Jennifer Kent no recente e ótimo The Babadook (2014).

Sendo assim, hoje, mais do que nunca, é fundamental que todos os interessados e estudiosos pela história e crítica não apenas do cinema de gênero como também do cinema de autor vejam, revejam e compreendam os filmes de Mario Bava, o “Hitchcock da Cinecittà” e um dos monstros incontornáveis da criação cinematográfica.









Objetivos

O curso Mario Bava: Maestro do Macabro, ministrado por Fernando Brito, vai apresentar um panorama da vida e da obra de Mario Bava dentro do contexto histórico do cinema popular italiano, e também buscar compreender o estilo visual do diretor, a partir da análise de cenas de seus principais filmes e, por fim, discutir sua enorme influência em outros cineastas.























Conteúdo das aulas


AULAS 1 e 2 (10/Outubro)
  • Apresentando Mario Bava: por que “maestro do macabro”?
  • Uma família de artistas italianos: o aprendizado com o pai Eugenio Bava, escultor, cenógrafo e diretor de fotografia.
  • Os primeiros anos, a atuação como diretor de fotografia, técnico de efeitos especiais e operador de câmera, e o trabalho com grandes cineastas como Roberto Rossellini, Raoul Walsh, Steno, Mario Monicelli, G. W. Pabst, Mario Camerini e Jacques Tourneur.
  • Diretor de fotografia, diretor ou codiretor de Os Vampiros Caltiki – O Monstro Imortal?
  • Um dos melhores filmes de estreia de todos os tempos: A Maldição do Demônio.
  • Anos 60 – o gótico e “todas as cores da escuridão”: O Chicote e o CorpoAs Três Máscaras do Terror e O Ciclo do Pavor.
  • Anos 60 – a criação do giallo: o episódio “O Telefone” de As Três Máscaras do TerrorA Garota que Sabia Demais Seis Mulheres para o Assassino.
  • Anos 60 – os peplaHércules no Centro da TerraA Vingança dos Vikings Os Punhais do Vingador, e o “Polifemo” da minissérie A Odisseia.
  • Anos 60 – a incursão pelo pop: Bonecas Explosivas Perigo: Diabolik.
  • Anos 60 – paradigma de sci-fi “B” e “pai” do AlienO Planeta dos Vampiros.
  • Anos 60 – os obscuros faroestes spaghettiA Estrada do Forte AlamoRingo del Nebraska e Roy Colt & Winchester Jack.





AULAS 3 e 4 (11/Outubro)
  • Anos 70 – novas explorações estéticas: O Alerta Vermelho da LoucuraQuatro Vezes Naquela Noite Cinco Bonecas para a Lua de Agosto;
  • Anos 70 – subvertendo o giallo e antecipando o slasherBanho de Sangue;
  • Anos 70 – a volta ao gótico e o magnífico filme-súmula: Os Horrores do Castelo de Nuremberg e Lisa e o Diabo;
  • Anos 70 – um policial visceralmente moderno – Cães Raivosos;
  • Os últimos anos: ShockA Vênus de Ille e a colaboração com Argento em A Mansão do Inferno;
  • Os discípulos e filhos do maestro do macabro e Bava hoje.



Ministrante: Fernando Brito

Doutor em Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em romance gótico, Fernando Brito é também pesquisador e crítico de cinema, tendo colaborado ao longo de sua carreira com diversas publicações, como a Sci-Fi News Cinema e o extinto Jornal do Vídeo.
Desde 2002, trabalha como curador na Versátil Home Video, onde teve a felicidade de idealizar e supervisionar o lançamento de (por enquanto) dez filmes de Mario Bava em DVD: O Chicote e o CorpoO Ciclo do PavorLisa e o DiaboO Planeta dos VampirosA Maldição do DemônioO Alerta Vermelho da LoucuraA Garota que Sabia DemaisCães RaivososBanho de Sangue Seis Mulheres para o Assassino.





Curso
Mario Bava: Maestro do Macabro
de Fernando Brito


DATAS
Dias 10 e 11 / Outubro (sábado e domingo)

HORÁRIO
Sábado
Aula 1: 14h30 às 16h20  /  Aula 2: 16h40 às 18h30
Domingo
Aula 3: 14h30 às 16h20  /  Aulas 4: 16h40 às 18h30

LOCAL
Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)

INVESTIMENTO
R$ 80,00

FORMAS DE PAGAMENTO
Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro)

MATERIAL
Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)

INFORMAÇÕES
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 9320-2714


REALIZAÇÃO
Cine UM Produtora Cultural

PATROCÍNIO

PARCERIA


INSTRUÇÕES PARA EFETUAR A INSCRIÇÃO

1) Preencha e envie o formulário abaixo.
2) Pagamento por Depósito Bancário: após enviar o formulário você receberá as orientações.
3) Pagamento por Cartão de Crédito: após enviar o formulário, clique no botão do PagSeguro.

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