A Revolução Cubana completou 62 anos.
Liderados por Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara, os guerrilheiros
da Sierra Maestra protagonizaram um dos momentos mais importantes do século XX,
alterando o rumo de todo o continente americano. No entanto, os revolucionários
nunca visaram, tão somente, uma mera tomada de poder, mas sim, carregavam
consigo todo um projeto de modificação da sociedade. Para tanto, o Cinema era
uma peça fundamental na construção daquela nova realidade social, ocupando a
centralidade da produção de imagens do novo regime cubano, tocando diretamente
no imaginário social. A construção de um novo cinema era vista como fundamental
na formação de um "homem novo".
Os filmes cubanos atingiram o status de
produto prioritário do Estado e foram produzidos em larga escala, dominando as
salas de Cinema em seu próprio país, algo inédito no continente americano, e
alcançaram diversas salas ao redor do mundo, circulando também por muitos
festivais. Filmes como Lucía, de Humberto Solás, em 1968 e Memórias
do Subdesenvolvimento, de Tomás Gutiérrez Alea - filme mais premiado no
mundo em 1968 - ganham destaque em festivais internacionais. Feito somente
comparável a Morango e Chocolate, do mesmo Alea, que disputou o Oscar em
1993.
Em 1959 foi criado o Instituto
Cubano del Arte e Industria Cinematográficos – o Icaic - com a missão de estruturar a produção audiovisual
e promover a propaganda do governo. Com este suporte o cinema cubano assumiu
identidade própria revelando uma pluralidade estética e temática nos filmes
produzidos, expondo muitas vezes as tensões e conflitos vividos no país. A
infraestrutura industrial de cinema desenvolvida em Cuba permitiu, por três
décadas, uma produção permanente e sistemática, a partir de seus próprios
estúdios, laboratórios e pessoal técnico e artístico. Até 1990, Cuba produzia cerca
de 10 longas por ano, além de duas dezenas de documentários de curtas e médias
metragens. Esta produção se articulava e se sustentava essencialmente graças
aos recursos provenientes da União Soviética. Esta dependência foi interrompida
com o fim do comunismo e a desagregação da URSS. Assim, Cuba entra em uma crise
econômica perdurou até o início dos anos 2000. A produção cubana de filmes
reduziu-se a um terço. A partir de 2003, o cinema cubano ganhou novo fôlego,
realizando coproduções com outros países latinos e europeus, principalmente a
Espanha.
Objetivos
O Curso online Cinema Cubano: Os Filmes de Revolução,
ministrado pelo historiador e cineasta Alexandre Guilhão, apresentará um
panorama social e histórico da formação do Cinema em Cuba. O objetivo é
analisar o diálogo da produção cinematográfica com a própria história social e
política do país. Serão analisados diversos filmes e os principais diretores,
desde a era pré-revolucionária até os filmes mais importantes das décadas de
60, 70, 80 e 90.
Conteúdos
Aula 1
Introdução à história de Cuba e a trajetória
da arte cinematográfica na ilha.
Os cinemas silencioso e sonoro antes da
Revolução Cubana.
Os primeiros filmes com temática política em
Cuba.
A efervescência dos anos 60 e a criação do
Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográfica (ICAIC).
A revolução produz suas imagens. Surge o Novo
Cinema Cubano (NCC).
O cinema dialético de Tomás Gutiérrez Alea.
A primeira geração de diretores da Revolução:
Julio Garcia Espinosa, Humberto Solás, Santiago Alvares e Tomás Gutiérrez Alea.
Aula 2
O cerceamento cultural e as disputas no campo
cinematográfico dos anos 70.
As relações do cinema cubano com os outros
cinemas do continente.
Os filmes históricos dos anos 70.
Os filmes de Sara Gomes, Jesus Diaz, Sergio
Giral e Juan Carlos Tabío.
As disputas em torno de um projeto socialista
nos anos 80 e sua influência nos filmes do período.
O cinema no período especial e a crise do
socialismo no mundo.
Qual o papel do cineasta?
O Cinema Cubano hoje.
Ministrante:
Alexandre Guilhão
Formado em Cinema e Mestre e Doutorando em
História pela PUCRS. Produziu dissertação de Mestrado que analisou a transição do
Cinema em Cuba após a Revolução e os seus principais filmes. Desenvolveu também
pesquisa, em nível acadêmico, sobre o Cinema Cubano. É coordenador do grupo de
estudos em Cinema-História da PUCRS. Já ministrou cursos e oficinas com esta
temática, bem como, coordenou simpósios temáticos e escreveu artigos sobre
Cinema e História, em especial na América Latina. Roteirista e diretor de
fotografia. Dirigiu o documentário Tomada da Casa do Povo (vencedor do
II Cine Tamoio Festival).
Curso online
CINEMA CUBANO:
OS FILMES DA REVOLUÇÃO
de Alexandre Guilhão
Datas
13 e 14 / Novembro
(sábado e domingo)
Horário
14h às 16h30
Duração
2 encontros online
(carga horária: 5 horas / aula)
Material
Certificado de participação
Investimento
R$ 70,00 (parcelado em até 12x)
..PROMOÇÃO..
Valor Especial para as primeiras 10 inscrições:
R$ 60,00
Informações